VGIORDANO Season 2 #EP019👢


Théo acordou e viu a mãe sentada na poltrona de frente para a janela.

- O que foi?

- Você está melhor?

- Sim.

- Vamos falar de negócios.

- Vai falar de negócios comigo?

- Sim, você será meu substituto. Se alguma coisa acontecer comigo, você fica no comando.

- E o que acontece agora?

- Você vai decidir se essa viagem serviu de alguma coisa ou não.

- O que isso significa?

- Temos algumas opções. Pensei que viria comprar uma empresa e não é bem assim, Vittorio quer comprar metade da nossa empresa.

- Qual delas?

- Na verdade é como se ele fosse sócio do grupo Franco. Assim seria dono de metade todas as nossas empresas.

- Sendo assim, qualquer decisão daqui para frente não depende só de nós?

- Ele não quer ter dor de cabeça, ainda serei a presidente. Só que com essa entrada de capital nós vamos crescer muito mais do que o estimado para os próximos três anos.

- Se é assim qual é o problema?

- No final a empresa não seria mais só nossa.

- Quais as opções?

- Podemos só aproveitar as férias aqui até o final dessa semana e voltar para casa.

- E o que mais?

- Você e a Victória...

- Mãe! Outra vez? Já falamos sobre isso!

- Só se aproxima dela, ok? Ela ficou acordada a noite toda cuidando de você. A garota parece com a tal Valentina, mas é de uma boa família, é forte e tem um futuro brilhante. Completamente diferente da outra.

- O que você quer com isso?

- Se você casar com ela, terá as suas ações mais as dela. Será o dono da maior parte de empresa e não vai precisar se preocupar com nada. Estou pensando no seu futuro.

- Vou conhecer a Vick, sair com ela, passar um tempo com ela, mas não quero que você nos force a nada.

- Meu amor, essa garota não tem medo de mim.

- Mas eu tenho. Se isso era tudo eu preciso descansar.

- Théo. Tem medo de mim?

- Melhor você sair agora. - Ele puxou o edredom e fechou os olhos.

Esperanza deixou o quarto e Théo pulou da cama e foi até o armário para trocar de roupa. Tentou ligar para Valentina o dia todo, mas o número dava sempre ocupado.

Saiu do quarto em silêncio e deixou a casa sem ser visto por ninguém.

Vick e Vittorio chegaram na hora do jantar. Ficaram até tarde trabalhando na coleção.

- A Esperanza já vai descer, foi chamar o Théo. - Angelina explicou e veio para o lado do marido. - Vocês demoraram tanto hoje.

- Sua filha vai criar uma empresa para ela.

- Sim, de roupas e nossa primeira coleção vai sair junto com a nova coleção jovem da VGiordano.

- Meu filho não está aqui! - Esperanza entrou na sala de jantar desesperada.

- Como assim? - Bianca levantou e foi amparar a mulher.

- Ele não está no quarto.

- Já tentou ligar para ele?

- Ele não atende.

- Pai, posso pegar o carro? - Vick levantou e esperou uma resposta do Vittorio.

- Mas você sabe onde ele está?

- Não tenho certeza, mesmo assim prefiro ir e verificar pessoalmente.

- Eu vou com você. - Esperanza falou logo.

- Não, não, você está muito nervosa. - Vittorio levantou e deu a chave na mão da filha. - Filha, me liga se precisar de alguma coisa. E nós vamos te ligar se ele aparecer.

- Mateo, Miguel, vamos dar uma volta no quintal para ver se ele está por aqui. - Victor levantou da mesa.

- Fica tranquila, senhora. Vamos encontrar o Théo. - Vick saiu correndo na direção da porta.


No caminho para o apartamento ela ligou para Gabriel.

- Preciso da sua ajuda.

- O que foi?

- Meu amigo sumiu e eu acho que ele está atrás daquela garota.

- E o que você quer que eu faça?

- Vai em casa e pega o celular da Bianca com a Gisele, ela vai saber o que é.

- E daí?

- Aquele áudio... Está na hora de saber se o seu plano funciona.

- Eu sei que vai funcionar, mas você tem certeza que quer fazer isso?

- Sim.

- Estou indo lá.

Chegou na frente do prédio e lá estava ele. Batendo na porta e chamando ela. 

Vick estacionou e foi até ele.

- Está louco? Sua mãe está desesperada.

- Valen?

- Outra vez essa garota?

- Como você me achou no endereço dela?

- Eu estava com você quando seu amigo te enviou isso. Não achei que seria louco de vir até aqui de noite, nevando e logo depois de sair do hospital. Mas aqui está você!

- Ela está correndo perigo!

- Sério?

- Sim, minha mãe não pode saber onde ela está.

- Isso não faz sentido! - Vick colocou a mão na testa dele. - A febre voltou. Vamos para casa.

- A Valentina!

- Gosta tanto assim dela?

- Já aconteceu antes, o nome dela era Laura e ela sumiu, a família dela faliu e nunca mais vi a Laura depois. A Valen é importante para mim, para a Felipa, Luke e Johnny. Não posso deixar ela desaparecer também.

Vick ficou quieta e voltou para o carro que ainda estava com a porta aberta. Pegou um casaco do Vittorio e voltou para perto do Théo.

- Veste isso e se acalma.

- Vick, desculpa. Eu não quero que você se envolva com isso.

- E o que quer que faça? Deixe você aqui, na rua, no frio e sozinho? Ainda por cima com febre...

O celular dele começou a tocar.

- Quem é?

- É o número que o meu amigo me deu. - Ele atendeu. - Valen?

- Théo, me escuta.

- Fala, eu estou escutando.

- Eu e meus pais achamos meu avô, estamos bem. Eu sei que muitas coisas aconteceram e que você está confuso. Espero que siga em frente e deixe o passado para trás.

- Valen, quero te ver. Eu estou aqui na portaria do seu prédio.

- Eu quero viver tranquila com meus pais longe da sua mãe e de toda essa confusão. Tenho certeza que vocês todos, o Luke e o Johnny, todos vão ficar bem sem mim.

- Quero ver você.

- Tenta me entender, eu quero paz e só vou conseguir se parar de vir atrás de mim.

- Valen, por favor!

A ligação caiu e ele tentou ligar várias vezes até que a bateria do celular dele acabou.

- O que ela disse? - Vick se aproximou dele.

- Que não quer me ver, que está com os pais e a família do pai dela.

- Vamos para casa?

- Não quero ver a minha mãe agora.

- Nada vai justificar você não ir para casa e ver a sua mãe, você está com febre e sua mãe está desesperada.

- Não quero ficar sozinho com ela.

- Que bom, lá em casa o que não vai faltar é gente.

Théo foi andando na direção do carro. Vick abriu a porta para ele e colocou o cinto nele. Ela dirigiu com cuidado.

- Eu tenho uma teoria. Talvez, você devesse se concentrar em crescer.

- Acabou de me chamar de criança?

- E não é?

- Você não passou o que eu passei.

- E é por isso que eu estou te falando friamente. Se gosta dela cresce. Perseguir a menina não vai mudar nada, só vai piorar. Se insistir nisso vai acabar levando a Esperanza até a garota. Volta para casa, estuda, trabalha e um dia vai ser grande o suficiente para lidar com a sua mãe.

- Sabe qual foi a última da minha mãe? Ela disse que eu deveria me aproximar de você.

- Eu não tenho nada, só o meu sobrenome.

- É só isso que importa para ela.

- Por causa da sociedade?

- Você sabe?

- Meu pai pensa do mesmo jeito. Ele disse para a Gisele se aproximar de você.

- Ele não falou para você se aproximar?

- Desculpa, mas eu gosto de alguém e isso nunca vai mudar. E meu sabe disso.

- E como se apaixonou?

- Primeiro eu vi ele no caminho para o colégio, depois ele sumiu. Ano passado descobri quem ele é. Parada no meio do shopping, olhando para o vitral mais uma vez. Enfim, gosto dele, apesar dele não saber que eu existo.

- E quem é ele?

- Você não conhece e é melhor não saber.

- Sério?

- Olha, é como se fosse um amor impossível.

- Então qual é o problema de me contar?

Vick ligou para o pai.

- Achei ele, estamos voltando para casa.

- Estamos esperando vocês em casa. 

Ouviu atentamente a voz do Vittorio e desligou a chamada.

- Vai me ignorar?

- Quando meu pai falou sobre você esperava alguém mais frio e maduro.

- A calculista da família é a minha mãe.

- E a sua irmã...

- Conhece ela?

- Era uma pergunta. E a sua irmã? Como ela é de verdade? Nas revistas ela parece tão perfeita.

- Ela já foi pior, acho que passamos por muitas coisas, o suficiente para derreter nossos corações.

- Depois de tudo o que vi não posso dizer que gostaria de entrar para a sua família.

- Sua família não tem problemas?

- Temos, principalmente o papai. Mas tentamos resolver tudo em casa. Vou acelerar um pouco para ver se pego o Gabriel em casa ainda. Pode descansar se quiser.

Théo se encolheu no banco e acabou dormindo.


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