VGiordano Ep. #013 👢

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No domingo, Anna preparou uma cesta com o almoço e eles foram passar o dia no campo.

- Gostou da aula de direção?

- Sim! Espera, o que é aquilo? - Valentina apontou para os homens carregando os móveis deles para a calçada.

- É a nossa casa? - Anna olhou para o marido assustada.

- Fiquem aqui eu resolvo isso. - Victor saiu do carro e foi conversar com um dos homens. 

Depois de alguns minutos, Victor voltou com o rosto tenso e um envelope nas mãos.

- O dono da casa decidiu vender, não podemos fazer nada.

- Mas nós estamos com o aluguel em dia.

- Ele pagou uma multa por quebra de contrato e falou uma coisa estranha... Se eu fosse você pegava sua família e saía do país.

Valentina desceu do carro e correu para o quarto dela. As lembranças da casa começaram a ganhar vida diante de seus olhos, o dia que ganhou a primeira bicicleta, o dia que pendurou o quadro com a foto dos pais, quando se arrumou para a festa de quinze anos dela, era como se tudo estivesse acontecendo ao mesmo tempo.

Terminou de colocar os livros e os desenhos na mochila e saiu de casa com o rosto ainda coberto de lágrimas. No portão, esbarrou com o Johnny que a abraçou.

- Você está bem?

- Essa sempre foi minha casa...

- O que está acontecendo?

- O dono da casa decidiu vender.

- E vocês tem para onde ir? - Johnny se virou para Victor. - Valen, porque você não vai para o cinema com a Felipa?

- Não é uma boa hora.

- A hora é perfeita, você precisa se distrair e nós dois precisamos resolver uns assuntos pendentes. - Anna sorriu para Valentina e depois se virou para o marido. - Eu vou ligar para a Luna, acho que ela ainda não conseguiu vender o apartamento dela.

- Vai ficar tudo bem. - Felipa segurou a mão da amiga e a levou até o ponto de ônibus.

- Eu queria ficar e ajudar.

- Amiga, você não vai poder fazer muito e sua mãe disse que é melhor você vir comigo.

As duas foram para o cinema, mas ao invés de assistir ao filme Valen contou o que tinha acontecido com ela no colégio, a perseguição da Thatiana, o Théo que apareceu na noite anterior e a suspeita de que a senhora Franco estava por trás da venda da casa.

Elas sentaram na praça de alimentação logo depois da conversa e compraram sorvete. Felipa ficou um tempo quieta olhando para o celular e Valentina ficou desenhando no caderno dela.

- O que você está fazendo?

- É para o Johnny, ele disse que quer ser um piloto um dia, toma! - Valentina assinou e destacou a folha do bloco. - Se ele voltar para o autódromo antes que eu volte para a cidade...

- Você gosta dele de verdade? Se é assim, porque você não vem para a capital também? - Felipa pegou o papel e guardou na bolsa.

- Depois de hoje eu quero mais do que nunca ir embora.

- O Johnny vem buscar nós duas, parece que seus pais conseguiram as chaves do apartamento da Luna e o Johnny conseguiu um caminhão da confecção para fazer a mudança, ele achou que você vai querer ajudar a arrumar sua nova casa.

- Vamos? - Valentina guardou o bloco e o estojo dentro da mochila.

As duas estavam na saída do shopping esperando o Johnny aparecer. Théo apareceu e se aproximou delas.

- Valen! Preciso falar com você...

- Não tenho nada para falar com você.

- Eu preciso me explicar e também preciso saber se minha mãe fizer alguma coisa.

- E se ela fizer? Você vai enfrentar a senhora Franco?

- Ela já fez, não foi? Eu falei que resolveria isso.

- Isso? Isso o quê? A única coisa que quero é distância de vocês, de todos vocês. - Valen viu o carro do Johnny do outro lado da rua e foi andando na direção dele.

Uma moto veio com tudo na direção dela, Valen viu a moto se aproximando e sentiu um abraço forte. O corpo dela foi puxado para trás, mas não rápido o suficiente, sentiu o corpo sendo lançado por causa da força do impacto e depois se chocando com o chão. Viu o rosto da Felipa se aproximar

- Valen!

A luz do sol ficou mais forte e depois foi se apagando até que Valentina foi levada para uma escuridão total.

Valen e Théo estavam caídos na rua e alguns metros à frente logo depois da moto uma garota caída também inconsciente.

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